O SACRIFÍCIO DE UMA VIDA
(LAMBARENE)
EUA, 1987. Direção de Gray Hofmeyr.
Com Malcolm McDowell, Susan Strasberg, Andrew Davis.
Ashok Amritraj Production / Concorde, colorido, 1h34.
Filme histórico que retrata a vida e a obra do Dr. Albert Schweitzer (Kaysersberg, Alsácia, 14/01/1875 – Lambaréné, Gabão, 04/09/1965.), Prêmio Nobel da Paz de 1953.
Com excelente desempenho do conhecido ator Malcolm McDowell, no papel do grande missionário do amor em terras africanas, e com enredo atraente, fiel à sua conhecida biografia, O Sacrifício de uma Vida agrada do começo ao fim.
Não há dúvida que o momento mais alto e sublime de sua vida, conforme nos ensina o Evangelho, foi quando, em 1913, o Dr. Schweitzer renunciou ao conforto da civilização e aos seus êxitos como destacado intelectual, e dirigiu-se a Lambaréné, um dos locais mais inacessíveis e primitivos de toda a África, para dar assistência médica aos nativos, lá permanecendo 52 anos, isto é, até sua desencarnação.
E com um detalhe importante: aos 30 anos, quando atuava brilhantemente nas três carreiras – nas quais possuía diplomas de doutor-, de teólogo, filósofo e músico (um dos mais famosos organistas do mundo), iniciou o curso médio com a específica finalidade de, após a formatura, deixar a Europa e atender aos apelos de sua consciência e de seu coração.
“Parentes e amigos procuraram dissuadi-lo, mas ele respondeu que se sentia obrigado a “dar alguma coisa em troca” da felicidade de que gozava. Estava obedecendo literalmente à palavra de Jesus: “Qualquer que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, mas; qualquer que perder a sua vida por amor de mim... esse a salvará.”” (John Gunther, cap. “Filósofo da Selva”, Grandes Vidas, Grandes Obras, Edição da Seleções do Reader´s Digest, Ed. Ypiranga S.A., Rio, RJ, 1968.)
Hércio M C Arantes
O SACRIFÍCIO DE UMA VIDA
ALÉM DAS PALAVRAS
(WORDS UPON THE WINDOW PANE)
EUA, 1994. Escrito e dirigido por Mary McGuckian.
Com Geraldine Chaplin, Geraldine James, Ian Richardson,
Jim Sheridan, Brid Brennan. Pembridge e J&M Entertainment,
Colorido, 1h38, Cannes Home Video.
Drama baseado na peça espírita The Words upon the Window Pane (Palavras Escritas na Vidraça) do célebre poeta e dramaturgo inglês de origem irlandesa William B. Yeats (1865-1939), prêmio Nobel de Literatura (1923).
Peça realmente espírita? Sim, pois Yeats foi espírita convicto, interessando-se pelos fenômenos psíquicos desde 1887, quando ouviu ruídos e pancadas numa casa considerada “assombrada”; e sabe-se que passou a freqüentar sessões mediúnicas a partir de 1880. Eis o que registra a Enciclopédia Mirador:
“Em 1917, Yeats casou com Georgie Hyde-Lees, que se revelou médium espírita. Aderiu à teosofia e estudou as ciências ocultas. Sempre fora leitor assíduo de Blake e Swedenborg. Nas revelações espíritas de sua esposa baseia Yeats sua fantástica filosofia da história, na obra em prosa A Vision (1925; Uma Visão) ”. (Ver também “Yeats (Prêmio Nobel) – poeta inspirada pelo Além”, Escritores e Fantasmas, Jorge Rizzini, 2ª ed., Ed. Espírita Correio Fraterno do ABC, S. B. Campo, SP.)
O filme gira em torno de sessões realizadas com a médium Sra. Henderson (Geraldine James), de Londres, convidada especial da Sociedade Espírita de Dublin, capital irlandesa, em 1928.
A médium, vidente e psicofônica, mostra-se bem orientada: esclarece os presentes que ela não invoca Espíritos (“nós nos preparamos e eles vêm”) e inicia as reuniões com um pequeno hino cristão, à guisa de prece.
A sede da Sociedade fica localizada na antiga residência do escritor e teólogo inglês de origem irlandesa Jonathan Swift (1667-1745). E, para surpresa de todos os presentes, é o Espírito (Jim Sheridan) deste famoso intelectual que se comunica em várias sessões sucessivas, expondo seu grande drama de 200 anos atrás, quando foi indeciso entre duas mulheres – Stella e Vanessa -, as quais amava apaixonadamente.
Logo de início, quando se dirige à srta. Mac Kenne (Geraldine Chaplin) e pergunta-lhe: - Stella, eu lhe maltratei? Está infeliz? – Revela que a secretária da Sociedade é a reencarnação de uma das jovens que tanto amou naquela época. Cenas do passado se sucedem, mostrando que Swift é atormentado por remorsos e ainda está preso mentalmente aos seus problemas da última existência corpórea.
Stella (Brid Brennan) gravou, com o cabo de um punhal, na vidraça de uma das janelas do prédio onde residia com Swift, este pequeno verso de sua autoria, ainda visível: “Se as palavras se tornam carne, então o Espírito tem substância. ”, provavelmente inspirado no Evangelho de João, 1:14: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós.” Daí o título original da peça e deste filme.
As comunicações mediúnicas do escritor, fortes e dramáticas, convencem todos os presentes, inclusive o estudioso jovem Corbet, profundo conhecedor da vida de Swift, até então o mais cético de todos.
Hércio M C Arantes
ALÉM DAS PALAVRAS
PRESENÇA DE ANITA
Brasil, 1951. Direção de Ruggero Jacobbi.
Com Antonieta Morineau, Orlando Villar, Vera Nunes, Armando Couto. Maristela, Disponível em vídeo (DIV), preto-e-branco, 1h23.
Drama baseado num romance homônimo de Mário Donato (Editora José Olympio), foi o primeiro filme da produtora Maristela, dirigido pelo italiano Jacobbi.
Eduardo (Orlando Villar, famoso galã daquela época), projetista, não convive bem com a esposa Lúcia, vivendo em quartos separados. E não harmoniza seus sentimentos nem com sua amante Anita (Antonieta Morineau), sentindo-se “ligado” a outra mulher, sem existência real, a quem ele chama de Cíntia, desde a juventude (recordação de vida anterior? Processo obsessivo?).
A um amigo, Anita confessa: “-Eduardo ama uma idéia abstrata. Ele não me ama profundamente. Só depois de morta terei forças suficientes para conquistá-lo definitivamente. Sinto-me inútil e estéril. ” E, cultivando ideia fixa em morte, acaba suicidando-se.
Após esse grave episódio, Eduardo se envolve com a cunhada Diana (Vera Nunes). À medida que se estrutura esse novo caso amoroso, Anita, Espírito, atua com insistência na mente do ex-amante e suas vozes são ouvidas claramente: “-Você me traiu! Venha para mim! Eu sou Cíntia! Eu o perdôo! Você prometeu que morreria comigo. Não tenha medo de mim. Sou eu. Estaremos juntos. Venha para mim! ”
Assim, um quadro obsessivo se instala fortemente e ele não resiste... Num triste epílogo, é totalmente envolvido por Anita, quando ela é visualizada perfeitamente por Eduardo. E, após o trágico acontecimento, alguém chega ao sótão e exclama: “- Dona Anita voltou e o levou consigo. ”
Hércio M C Arantes
PRESENÇA DE ANITA
“DÉJÀ VU”
Inglaterra, 84. Com Nigel Terry, Shelley Winters, Claire Bloom, Jaclyn Smith. Dixons Films.
Filme de suspense, enfocando com certa profundidade os temas reencarnação e obsessão.
O escritor Gregory Thomaz (Nigel Terry), após assistir a um filme em que aparece a bailarina Brooke Ashley (Jaclyn Smith), falecida em 1935, sente-se muito ligado a ela (confessa: “Ela me fez sentir estranho.”) e comenta com a esposa Maggie (também Jaclyn Smith) que ambas eram muito semelhantes.
Gregory (ou Greg) inicia a pesquisa sobre a vida de Brooke com objetivo de escrever um roteiro de cinema. Ao escrever a peça sente estranho amor a Brooke, relembrando cenas de um passado remoto... E aparecem fenômenos inusitados e perturbadores.
Para melhor conhecer a vida da bailarina, Greg procura a Madame Nabakoy (Shelley Winters), que foi amiga de Brooke. Além de sensitiva, ela demonstra grandes conhecimentos de fenômenos paranormais (mediúnicos).
Madame revela a Greg: “Você esteve aqui antes como Michael” (também Nigel Terry), caracterizando um caso de reencarnação, explicando a atração que ele sentia pela vida da bailarina, sua esposa na atualidade.
Na vida anterior, Michael Richardson e Brooke, namorados, muito se amavam, apesar da profunda antipatia, e até mesmo ódio, da mãe de Brooke, Eleanor Harvey (Claire Bloom) para com Michael.
Madame Nabakoy submete Greg à regressão hipnótica profunda, estado em que ele revivencia fatos de sua vida anterior passados ao lado de Brooke.
Na atualidade, o Espírito de Eleanor (já desencarnada) continua nutrindo ódio contra Greg, tornando-se uma obsessora cruel. Em certa noite, seu vulto aparece, provocando em Greg terrível pesadelo. E em outra cena dramática, Eleanor comunica-se pela psicofonia através de Maggie, e extravasa seu ódio, relatando todas as suas ações maléficas realizadas até então.
Como vemos, é um filme muito bem alicerçado na lei da reencarnação e rico em fenômenos mediúnicos, com poucos lances fantasiosos.
NOTA
“Déjà vu” (tradução literal: já visto) – expressão francesa, utilizada mundialmente, que define “Aquilo que dá a impressão de já ter visto”; ou a “Sensação de já haver estado em determinado lugar ou certa situação quando isto, na realidade, não aconteceu”. (Novo Dicionário da Língua Portuguesa, Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, 2ª edição) É também usada na Medicina para caracterizar uma perturbação da memória ou da percepção (ilusão epiléptica).
À luz do Espiritismo, essa sensação (ou mesmo, certeza, em alguns casos) do “déjà vu”, muitas vezes, reflete uma real recordação de vida anterior, conforme atestam numerosos casos bem documentados. Dentre a bibliografia que aborda essa questão, citaremos: A Reencarnação, Gabriel Delanne, FEB, Rio, cap. 9; Anuário Espírita 1972, “O General Patton era reencarnacionista” (analisando o premiado filme Patton), p. 189; 20 Casos Sugestivos de Reencarnação (Twenty Cases Suggestive of Reincarnation), Prof. Dr. Ian Stevenson, Ed. Difusora Cultural, São Paulo, pp. 324, 326 e 437.
Hércio M C Arantes
“DÉJÀ VU”
O MUNDO FANTÁSTICO DO SOBRENATURAL
(THE AMAZING WORLD OF PSYCHIC PHENOMENA)
EUA, 1976. Direção e redação de Robert Guenette.
Com Raymond Burr, Jeane Dixon, Uri Geller, Ted Sérios
A Guenette-Asselin Production, 1h33
« Nossos cinegrafistas correram o Mundo procurando provas » - é o preâmbulo deste documentário sério, cujo título, no Brasil, ostenta a palavra “sobrenatural”, imprópria dentro de um contexto genuinamente espírita, que contou com a participação de alguns paranormais. Raymond Burr é o apresentador.
Relacionaremos alguns temas e nomes de sensitivos enfocados neste filme, a maioria sempre lembrados na imprensa e literatura espíritas: 1 – Profecias de Nostradamus; 2 – Irmãs Fox; 3 – Sessões espíritas na Casa Branca com o Presidente Lincoln; 4 – Provas da existência da telepatia; 5 – Casos de premonição, 6 – Documentário com Jeane Dixon; 7 – O psicômetra Peter Hurkos e outros; 8 – Comentário sobre a importância da glândula pineal (ou epífise); 9 – Caso Ted Sérios; 10 – Edgar Cayce; 11 – Olga Worrall; 12 – Câmara Kirlian; 13 – Experiência de projeção astral com Tom Peres, na presença astral com Tom Peres, na presença do relator do filme; 14 – Experiência de morte clínica; 15 – Filmagem de uma reunião espírita com a presença da médium americana Dorothy Vallas.
Houve duas comunicações psicofônicas, com conteúdo confirmado por pessoas presentes à sessão; 16 – Transmissão, pelo médium Arthur Ford, do código usado pelo célebre Houdine em shows que fazia com a presença da esposa. Esta confirmou a veracidade da mensagem mediúnica; 17 – Mensagens de Arthur Ford, Espírito, desencarnado em 1971, que deram origem ao livro A World Beyond, de Ruth Montgomery (A Vida no Além-Túmulo, Ed. Record, Rio, RJ.)
Conclusão do relator, após a Primeira Parte. “Ao que parece, fantasmas existem. Temos as pesquisas feitas em sessões espíritas; os testemunhos de observadores imparciais e, agora, novas descobertas.” E,na seqüência, apresenta:
18 – Gravações, em fitas, de vozes dos mortos. Pesquisas iniciadas por Raudive; 19 – Fotos de Espíritos que aparecem em “casas assombradas”; 20 – Pesquisas sobre reencarnação do Dr. Stevenson, citando o seu célebre livro 20 Casos Sugestivos de Reencarnação.
No final, o relator afirma: “O estranho e o desconhecido estão se tornando comuns. O mistério começa a se abrir. A aceitação do fenômeno psíquico aumenta. A crença nele começa a crescer à medida que crescem as evidências. (...) Somos energia e somos para sempre.”
Hércio M C Arantes
O MUNDO FANTÁSTICO DO SOBRENATURAL
O MISTÉRIO DA LIBÉLULA
(DRAGONFLY)
EUA, 2002. Direção de Tom Shadyac.
Com Kevin Costner, Susana Thompson, Kathy Bates.
História de Brandon Camp e Mike Thompson.
Spyglass/Universal, colorido, 1h44, impr. 12 anos, Buena Vista.
Drama envolvente, com “suspense sobrenatural”, merecidamente este filme atraiu um bom público, tantos nos cinemas como nas locadoras.
O consagrado ator Kevin Costner (Dança com Lobos), interpreta o médico Dr. Joe Darrow que perde sua adora esposa, Dra. Emily, médica pediatra (Susana Thompson), num acidente fatal de ônibus na Venezuela. Ela estava grávida e trabalhava numa equipe da Cruz Vermelha.
Para atenuar sua grande dor, Joe Dora seus plantões no hospital, acompanhando também os pacientes de Emily, todos portadores de câncer, conforme havia prometido a ela antes de sua viagem.
Surgem, então, alguns fenômenos mediúnicos. Joe vê a imagem da esposa, escuta vozes em sua casa, objetos se movem inexplicavelmente... E ele começa a acreditar, embora não sendo religioso, estabelecendo, pois, um conflito entre a razão e a fé, que Emily quer se comunicar, embora morta!
A favor desta convicção, Joe, muito surpreso, recebe informações de Emily através de dois garotos internados no hospital, que, em coma profundo, passaram pela Experiência de Quase-Morte (EMQ). Um deles, Ben, afirma-lhe: “Ela quer que você vá até lá!”, que seria o local do acidente, mas ele demorou muito a entender este recado...
Sempre que possível, o Espírito de Emily procura revelar sua presença por intermédio de um símbolo que representa uma libélula. Este símbolo, que ela tanto gostava, era o seu sinal de nascença localizado no ombro. Por exemplo, as duas crianças hospitalizadas desenharam esta mesma figura em seus desenhos, após a EQM, sem haver contanto entre elas; e o deslocamento de um pesa-papéis, tendo em seu interior uma libélula.
Até o papagaio de estimação de Emily ajudou Joe a crer na imortalidade e comunicabilidade da Alma dos mortos! Num certo momento, ele agiu como se ela tivesse voltado da longa viagem...
O final, surpreendente, não decepcionará os espíritas, como acontece muitas vezes, tratando-se de temas espiritualistas. Com certeza, o Mistério da Libélula pode ser relacionado entre os excelentes filmes que mostram a realidade do intercâmbio entre os Dois Mundos e da Imortalidade, tais como: Ghost – Do Outro Lado da Vida, Os Outros, Amor Além da Vida e O Sexto Sentido.
A existência do Espírito e do Mundo Espiritual tem sido comprovada pelas EQM
As Experiências de Quase-Morte (EQM) constituem um campo fértil de pesquisas científicas, comprovando que a sede da mente (consciência) fica no Espírito imortal, e confirmando a existência do Mundo Espiritual, habitado pelas criaturas que já viveram na Crosta terrestre.
Numerosos livros já foram publicados sobre este tema, de autoria de vários pesquisadores, destacando-se as obras do Dr. Raymond Moody Jr.: Vida Depois da Vida, Reflexões sobre Vida e A Luz do Além (Ed. Nórdica, Rio).
Recentemente, alcançou repercussão internacional a meticulosa pesquisa científica, realizada com 344 pacientes, de dez hospitais da Holanda, durante 12 anos, que tinham sido considerados clinicamente mortos, dirigida pelo cardiologista Pim van Lommel e publicada na respeitada revista médica inglesa The Lancet. (Anuário Espírita, 2003, pp. 122 e 135.)
Depoimento do diretor do filme
Dentre os comentários registrados no Bônus Especial de O Mistério da Libélula, em DVD, transcreveremos o seguinte trecho do depoimento de Tom Shadyac, diretor deste filme, quando faz uma referência à outra dimensão (Plano Espiritual), que ele chama de “lá fora”:
“Acho que conhecemos um milionésimo do que há “lá fora”. Acho muita arrogância de nossa parte pensar que só é real o que vemos e tocamos. Tenho evidências, não só na minha própria vida, mas lendo, conversando, trocando histórias, de que algo está acontecendo. Algo certamente está acontecendo. Pode me chamar de crente.” Hércio M C Arantes